Estou assistindo ao DVD do Audioslave em Cuba. Consiste nas músicas do concerto em Havana, intercaladas com as peripécias e entrevistas dos caras por Cuba.
Apesar do Audioslave ser uma banda de identidade e caráter, é fato que são também uma superprodução. São um megaespetáculo, pop. O interessante nessas filmagens é a mistura – não necessariamente integração – dessa superbanda com toda a atmosfera antiimperialista de Havana. Atmosfera apenas, pois, naturalmente, nem o concerto nem os passeios tiveram qualquer conotação política. Mas o povão estava lá, estava todo mundo ouvindo a música, vendo a banda, e imagino que todos com o mesmo pensamento. “Que coisa louca, esses caras, popstars da América, tocando aqui, no meio dessa montoeira de imagens do Che.” Talvez seja somente a antítese do rock. Tão popular na América Latina, em inglês. And it doesn’t remind me of anything. Creio que, fora os próprios países originários, somos os maiores consumidores de rock. Pop rock, british pop, american rock. Talvez seja uma fonte de energia compatível com nossas origens, ou um mercado emergente, ou um intercâmbio cultural, ou uma fantasia que gostamos de trajar.