Este mês, li Maus – A História de um Sobrevivente, de Art Spiegelman. Trata-se de uma história do holocausto com cunho bastante pessoal, uma graphic novel (HQ) de profundidade incrível. O pai de Art, Vladek Spiegelman, foi a fonte de principal para os relatos do livro. Ele e a mãe de Art, Anja, sobreviveram milagrosamente à Alemanha nazista.
“Sobrevivente do holocausto” é uma expressão bastante usada e, às vezes, quando a ouvimos ou lemos, não sentimos o verdadeiro peso do que significa. A leitura de Maus é bastante forte. Chorei algumas vezes e, por diversas outras, fiquei absorto pensando sobre a surrealidade daqueles tempos. Não há novidades históricas no livro, mas o relato íntimo provoca emoções que ficam apenas implícitas nos livros de História. Como pôde uma sociedade inteira se transformar a tal ponto.
Maus ganhou o Pulitzer em 1992 e é leitura obrigatória. Não apenas pela literatura e estranha beleza dos desenhos, mas principalmente pela obrigação sociológica. Para manter viva a memória, é preciso ter contato com o desagradável e repugnante.
Por coincidência, Art Spiegelman teve seu laptop roubado hoje, 28 de maio de 2012, em São Paulo. Ele está na cidade para participar do 4.º Congresso Internacional Cult de Jornalismo Cultural.
Puxa que desanimadora esta história do laptop roubado. Disfarçado de técnico. Como disse Brando, “o horror… o horror”…
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